Jogada aos seus pés eu sou mesmo exagerada! (ou) Primeiro dia das mães!

Tudo bem que considero o dia das mães uma entre tantas datas comerciais, e nunca gostei muito dessas declarações de amor e bla bla bla que as pessoas escrevem e dizem, muitas vezes somente nesse dia. Mas vou confessar que me emocionei hoje quando acordei e vi o rosto do meu filho, e lembrei que ano passado ainda não o sentia, mas ele já dava sinais de que estava ali comigo.(Passei o domingo todo com azia!).

Tudo bem que ele só chegou há seis meses mas parece que nos conhecemos desde sempre, que sempre estivemos juntos e que ele estava esperando por mim para vir ao mundo. Que ligação absurda é essa?! Nos entendemos em cada sorriso, choro, e reclamações (minhas e dele) e quando não nos entendemos o amor fala mais alto e ganho uma dose extra de paciência que surge não sei como, mas sempre é bem-vinda!

Tudo bem que às vezes tenho vontade de colocá-lo de volta na barriga para protegê-lo do mundo, mas não sei mais viver sem ele aqui fora! Caminho sem volta, um filho nos muda, nos obriga a crescer e nos dá forças para enfrentar o dia a dia, para brigar por um mundo melhor para ele.

Filho,
O dia de hoje é simbólico, muito mais para reflexão do que para presentes. Sou mãe porque você é meu filho, meu primogênito, meu príncipe, minha vida! Não conheço amor maior, incondicional, avassalador do que o que eu sinto por você! Sou grata por tudo o que temos vivido! E se é mesmo verdade que escolhemos nossos pais pode ter certeza que essa é a missão da minha vida, não poderia ter um filho melhor, obrigada por me escolher! Obrigada ao seu pai por me tornar mãe!

Neste dia tão feliz para mim, também penso nas mães com seus filhos doentes, com seus filhos ausentes, com os que já se foram e não consigo imaginar tamanha angústia. Peço à Deus de todo coração que lhes conforte, lhes dê força para seguir em frente!

Neste dia, penso nas mães adotivas, tias e pais que são mães, que se doam e se permitem receber um filho gerado no coração. Filho é escolha e missão que nos é dada e que exige responsabilidade! Não podemos brincar de ser mãe, sempre é a vera! E as que escolhem ter filhos e serem MÃES, tem toda a minha admiração!

Neste dia, penso nos filhos sem mãe. E penso na minha mãe, que está viva, saudável e agradeço por sua vida e por eu ter escolhido ela! Depois que nos tornamos mãe, percebemos tudo o que a nossa mãe passou, o quanto se dedicou para nos educar, o quanto se desviou de alguns projetos para estar presente em nossas vidas.
Obrigada mãe por existir! Te amo e te valorizo cada vez mais!

Dizem que mãe é algo tão bom que até Deus quis ter uma! Sim, ser mãe é algo inexplicável e apesar de toda angústia, preocupação, noites em claro, lágrimas, o sorriso de um filho faz tudo valer a pena! Parece exagero, porque realmente é um sentimento exagerado, que transborda e que só quem tem um filho sabe compreender sua imensidão.

Feliz dia das mães para todas as minhas amigas que são mães, recém mamães, ou estão gerando seus filhos no coração! Estamos juntas nessa!

Minha definição de mãe:
Mulher que após o nascimento de seu filho desenvolve atributos como doação de tempo, colo, carinho, atenção, sendo capaz de produzir em fração de segundos sentimentos como paciência e calma. Graduada em reconhecimento dos tipos de choro e cor das fezes; Pós graduada em trocar fraldas e dar de mamar nos lugares mais inusitados; Mestre em tomar banho, comer e dar um jeitinho na casa em 30 min, ou enquanto durar a soneca do bebê; Doutora na arte de rir e morrer de amores quando na verdade sente vontade de chorar e dormir por 200 anos; Pós Doutora na capacidade de amar.

Definição de filho: Ser que nos rouba o ar, o riso e as lágrimas. Nos faz perder a noção de tempo, os cabelos e a vergonha de mostrar os seios. Modifica nosso corpo e modo de pensar, nos enchendo de alegrias e noites em claro. Nos baba, arranha, suja de cocô, mancha nossas roupas, bagunça nossa casa e nossa vida, nos enlouquece. E mesmo assim nos faz morrer de amor a cada dia!

Compartilho com vocês nossa trilha sonora: Vilarejo/Marisa Monte; Oração ao Tempo/Caetano Veloso; Debaixo dágua/ Arnaldo Antunes.

Feliz dia! ❤

10300906_641297825945626_7518589346677376219_n

Primeiro festival de rock do pequeno! (ou) 2ª viagem a Aldeia Velha!

1920053_10203800045785838_8967726447915984084_n

Estou querendo fazer esse post desde que chegamos do feriado de Páscoa.

Passamos quase uma semana durante o feriado na cidade de Aldeia Velha. Adoramos esse lugar e o que mais nos atrai é perder a noção do tempo, é o celular que tem apenas dois dedinhos de sinal e finge que funciona por lá. É poder sentir a vida passar preguiçosa, respirar ar puro, não se preocupar com nada senão a fome e o sono. Gosto de pensar que as árvores e a serra filtram tudo de ruim e nos protegem, não permitindo que nada nos incomode. Eu que não uso relógio e odeio celular perco a noção do tempo e gosto disso.

A cidade é basicamente uma rua e é fácil decorar o rosto das pessoas que também decoram o seu e te olham com curiosidade. É fácil se entregar a um dedinho de prosa, assim como quem não quer nada, sem compromisso e em pouco tempo já sabemos a vida das pessoas como se sempre estivessem presentes nas nossas.

A páscoa é O evento da cidade e é quando ela fica mais cheia, pois recebe os visitantes do Aldeia Rock Festival, um festival lindo, onde bandas de amigos se apresentam em um palco montado em uma das fazendas da região onde os frequentadores montam suas barracas e ficam acampados durantes os dias do festival que dura o feriado todo. Durante o dia, banhos de rio, corpos ao sol, soneca na grama, risos soltos. À noite, o melhor do rock independente do estado, quiçá nacional.

Muita gente deve pensar que não é um lugar adequado para bebês. Barulho, muita gente, confusão. Na na não! Estão enganados!  Tudo bem que o Renzo é um bebê de 5 meses, mas por que ele não pode fazer tudo isso que escrevi acima? Banho de rio? Ele adora! Expor o corpo ao solzinho da manhã ou da tarde? Ele precisa! Pura vitamina D! Soneca na grama? Necessária e nada que um edredom não resolva para ficar mais confortável! Risos soltos? Marca registrada do bebê viajante! Pessoas? Renzo adorava ir no colo das várias mulheres que pediam para pegá-lo um pouquinho e a maioria das pessoas respeitava e evitava até fumar perto da gente, apesar de estarmos em local aberto.

Tá, até aí tudo bem, mas e o rock?! Podemos dizer que ele curte pois não demonstrou nenhum desagrado quanto ao volume ou o tipo de música (nosso orgulho!). E é aí que entra o nosso papel enquanto pais em ter bom senso e reconhecer o limite dele. Decidimos não acampar na fazenda, prezando o silêncio do seu sono a noite, quando o som rola até o dia clarear, e o conforto de um banheiro só para a gente. Nossa preocupação e cuidados no festival foram os mesmos que teríamos em qualquer lugar. Respeitar seus horários de sono, zelar pelo seu descanso, conforto, higiene e sua saúde. De resto é puro preconceito, não havia mais barulho do que costumamos ouvir em festas infantis com recreadores berrando nos microfones e a música no último volume enquanto os pais gritam para se ouvirem durante uma tentativa de conversa. Confusão de pessoas? O espaço é aberto com várias tendas, as pessoas ficam espalhadas, a grande maioria curtindo o som deitadas sob a luz das estrelas, na maior tranquilidade. Gente bebendo? Também vivenciamos isso em festas e confraternizações familiares. Então porque um bebê não pode frequentar esse tipo de ambiente? Se alguém me der um motivo coerente, juro que reavalio nossa decisão.

O Renzo não era o único bebê no festival, lá fizemos amizade com a Natalia, mãe do Ravi de 7 meses que interagiu com o Renzo em algumas noites e notamos a presença pelo menos mais umas 3 famílias com filhos pequenos que estavam acampadas no festival. Não é só porque nos tornamos pais que devemos nos anular enquanto adultos. Pelo contrário, devemos inserir nossos filhos em programas saudáveis, habituando-os a viver e fazer parte de nosso grupo social, incorporando hábitos e convivendo desde cedo com nossa cultura. Não somos nós que devemos nos acostumar com galinhas pintadinhas, mas sim oferecer a eles pink floyds e opções de qualidade. Tudo é questão de equilíbrio, não adultizar, mas também não idiotizar e subestimar as crianças.

Aí está a magia deste festival que eu e o Rodrigo frequentamos desde que nos conhecemos e fazemos questão de proporcionar isso ao Renzo. Lá todos vibram na mesma energia, lá todos estão unidos pelo mesmo objetivo, curtir um bom som, aproveitar o isolamento e a natureza, compartilhar bons momentos e inclusive em algumas situações, voltar a ser criança!

aldeia rock

 

Gata, eu quero ver você ser Mãe!

DSCF3731

Apesar de estarmos casados há quase 4 anos quando engravidei, falávamos de filho como algo distante. O Renzo não foi nem um pouco planejado, mas muito desejado!
Quando leio ou ouço mulheres dizendo que planejaram o filho percebo que muitas vezes esquecem de planejar o depois. O que vem depois é o que mais precisa ser pensado. E o que vem depois?

Quando me descobri grávida comecei a ler e pesquisar como acredito eu a maioria faz. Mas não basta saber apenas as etapas evolutivas do feto, ou entrar em um site onde as grávidas se chamam de mãezinhas e comentam sobre a decoração do quarto, marcas de roupa ou de brinquedos infantis. É preciso ir a fundo, fazer quase que um curso intensivo sobre tipos de parto, benefícios do parto normal, amamentação, criação e estilo de vida familiar.

Ter um filho é transformador, é se confrontar com os seus medos, mudar sua visão sobre as coisas e pessoas, lutar por um mundo melhor e querer ser uma pessoa melhor para quem está chegando. Ter um filho é modificar seu corpo, perder seus cabelos por conta dos hormônios, perder noites de sono, ganhar estrias, olheiras e cabelos brancos. Ter um filho é pôr a prova sua paciência e sua capacidade de superação, e sim, você tem que se preparar para isso tudo e se entregar a isso tudo, pois passa rápido e eles crescem!

A coisa é tão profunda que eu me arrisco a dar uma dica sincera e de coração aberto: se você têm dúvidas sobre querer ou não ter um filho, então não tenha. Só engravide quando você tiver vontade plena de ser Mãe, e não apenas uma mãezinha, porque ser mãe implica muito mais coisas do que a gente pode sequer imaginar antes de ter um filho. Por mais que te contem, que você leia, não chega nem perto. Acredite. É profundo demais, é intenso demais. E é para sempre.

Quando a hora chegar, não tenha medo e não se prive deste momento por motivos fúteis, pelo que a mídia ou a sociedade te fazem acreditar e não se assuste com os mitos que os familiares contam. Vá atrás de informação baseada em evidências, e não em vidências e achismos. Empodere-se, siga seus instintos sem se importar com os outros (seu filho é seu, e único e muito mais importante que a opinião dos outros!).

Pessoas como Rafinha e Tati Bernardi só servem para provocar risada. A xota, que na verdade se chama vagina, (acho que a gatona da Tati matou aula e só conhece os nomes depreciativos e chulos), é sua! Parir é tão bonito, que as mulheres querem mostrar esse momento, não é exibição de vagina e sim de nascimento, não vejo ninguém querendo mostrar foto da barriga aberta ou da cicatriz de cesárea. Não é provocação, respeito quem opta pela cirurgia, cada um faz o que quer com seu corpo e deve ter o direito de decidir sobre ele (um abraço pra Adelir!), é apenas uma constatação.

Nascer pela vagina não mata bebezinhos, como a mídia pinta por aí, e não é moda, muito menos. E nem te torna mais ou menos mãe. É apenas a maneira natural do corpo da mulher que foi projetado pra isso beneficiar mães e bebês, pois no parto normal o bebê nasce quando está preparado e os hormônios estão agindo para preparar os dois para o pós parto. Não deixe nenhum médico te enganar, pois cordão umbilical no pescoço não mata, bebês nascem em posição pélvica, mulheres dão à luz pela vagina depois de terem cirurgias cesáreas, e a vagina não alarga, pelo contrário, a natureza nos dá uma vaginoplastia grátis! rs. Procure informação e médicos capacitados que acreditam na mulher como protagonista e te respeitem nesse momento e não se deixe enganar por médicos cirurgiões que inventam mil e um motivos infundados para agendar a melhor data (para eles!).

Já o seio, ele é seu e você os usa da maneira que quiser. Amamente em público sem pudores, a maldade está na cabeça dos outros, não é problema seu, e as pessoas que entendem a importância desse gesto, vão te respeitar. Amamentar é maravilhoso e não faz o peito cair, ele cairá independente disso, a culpa é da gravidade e não da amamentação. Fora que você poupa uma grana não tendo que comprar um leite artificial que não supre as necessidades de seu filho como o seu próprio leite, e poupa tempo, pois não precisa ficar esterilizando mamadeiras e fervendo água de madrugada. Fico triste, pela criança, claro! quando vejo que alguém deixou de amamentar por se sentir incomodada com o tamanho do seio, ou porque precisa ficar disponível para a criança, ou porque teve que parar com hábitos como beber vinho, derivados de leite para evitar alergia no bebê etc etc etc.

Curta o seu corpo, seja bem resolvida com ele que registra suas mudanças e deixa marcado na pele suas experiências, orgulhe-se de quem você é! Ignore esse tipo de pessoa machista e mal resolvida e jornalistas engraçadinhos que não sabem o que é ser Mãe na prática. Não sabem de nada, inocentes!

Siga seu instinto de mãe e crie seu filho de acordo com a sua rotina e estilo de vida, porque todo mundo gosta de dar um pitaco, mas é você quem vai segurar a barra nos momentos mais difíceis.

Pelo bem estar emocional e saúde de seu filho, entregue-se! Seja Mãe!

 

Para quem não sabe quem é a Tati Bernardi:   http://www1.folha.uol.com.br/colunas/tatibernardi/2014/04/1443276-gata-eu-nao-quero-ver-a-sua-xota.shtml

Sobre o Rafinha, me recuso a por link!

 

O mundo é nosso lar! Primeiro acampamento…

Dando continuidade às viagens, assim que nos despedimos da minha tia em Macaé resolvemos subir com o pequeno e nossa barraca de camping pro Sana, que fica na serra de Macaé e faz divisa com Friburgo, Casimiro de Abreu e Trajano de Moraes. Renzo tinha ainda quatro meses e toda família mais uma vez nos chamou de malucos (já está virando sobrenome!).

A viagem foi maravilhosa e não foi muito preparada, fomos no impulso, já que estávamos ali perto e eu ainda não conhecia o lugar que o Rodrigo falava que era maravilhoso. Muita gente tem a ideia de que camping é um lugar zoneado, mas nós acampamos desde que nos conhecemos e éramos universitários recém formados, leiam sem grana, e sempre tivemos experiências ótimas que entraram para a memória da família! O segredo é escolher um local que atenda às suas necessidades, pois existem perfis de campista minha gente! Tem a galera que acampa pra zoar e a que acampa pra curtir a natureza.

Ao chegarmos no Arraial do Sana, pedimos indicação a um artista riponga local que nos indicou um camping super família, localizado à beira do rio Sana. Depois da inspeção básica no território e de nos certificarmos que a estrutura atendia às nossas necessidades com um bebê, montamos acampamento.  Quais eram nossas necessidades?

Banheiros limpos com chuveiro funcionando. O Bebê viajante toma banho no chuveiro e está acostumado com banho morno o que facilita a estadia e evita viajar com banheira inflável que pode nos deixar na mão e ocupar lugar na mala.

Cozinha comunitária. O bebê ainda não come, mas se o fizesse, poderíamos preparar sua comida ali tranquilamente, e a nossa também, o que garante diversão, interação familiar, enxugar custos da viagem e comer comida saudável!

Local com sombra e árvores para a barraca. Além de garantir a soneca do bebê, evita esquentar a barraca e nos proteger de uma possível chuva. O camping tem uma área para uso comum como um lounge, se caísse tempestade, transferiríamos a barraca pra lá sem pensar duas vezes!

Por ser dia de semana, o camping estava relativamente vazio, o que nos garantiu tranquilidade. O fato da barraca ficar acima do rio, nos permitiu relaxar e dormir com aquele barulho gostoso e descer a hora que quiséssemos para nos refrescar sem ter que disputar espaço com ninguém.

Durante os passeios pela cidade, optamos em levar o bebê no sling. Pois o carrinho além de ocupar lugar na mala, tem o tecido que esquenta e deixa o bebê calorento com mais calor. Lá é tranquilo de andar com carrinho, mas nem todo lugar que visitamos tem asfalto, ou condições para andar com este.

Não somos tão naturebas quanto gostaríamos, mas o contato com a natureza só nos traz benefícios. O homem faz parte da natureza, somos seres biológicos! É lindo ver um bebê que ainda age através do seu instinto primitivo e é tão ligado ao natural, interagir com esse meio. Não foi a primeira viagem do pequeno que permitiu esse contato. Em Aldeia Velha, com 3 meses, ele já havia tomado banho de rio inclusive. Mas foi a primeira vez que dormiu em uma barraca. E como foi a experiência? Super positiva! Acreditamos que o ser que chega para compor nossa família é que deve se adaptar ao nosso estilo de vida e se integrar a ele. Tem dado certo, pois o nosso bebê não estranha viajar e não se incomoda por passar algumas horas no carro, pelo contrário, ele observa a paisagem e olha tudo e todos com olhos curiosos de quem tem fome de mundo!

Dormir na barraca? Ele tirou de letra! O fato de fazermos cama compartilhada não permitiu que ele estranhasse o ambiente. Sim fazemos cama compartilhada! Não conseguia deixar um ser tão pequeno, que esteve preso a mim por 40 semanas de uma hora pra outra vai ficar chorando sozinho em um berço frio, longe do meu corpo, do calor humano. Fora que dormir abraçadinha com ele e vê-lo dormir é delicioso! Além de não precisar levantar 3 vezes por noite para amamentar! 😉

Nós, que fomos criados de uma maneira mais tradicional, nunca tivemos o conceito de lar
ligado ao vínculo com os nossos pais. Para nós, este conceito estava intimamente ligado com a casa. Claro que a casa incluía os pais, mas incluía também a nossa cama, o nosso quarto, nossas coisas… Acredito que para o Renzo, o lar, a sensação de segurança, está em nós, na relação que temos com ele. E isso ajuda não apenas na hora de viajar ou dormir fora, mas também na hora de ensiná-lo que o Ser é muito mais que Ter! Não temos um lar, somos um lar! Desapego desde a infância, Sacou?! rs

Muitos tem a ideia que viajar com bebê só é possível para lugares que vendem o conceito baby friendly, sinto informar mas o nome disso é estratégia de mercado para consumirmos ideias e não experiências. A maioria dos lugares são amigáveis para os bebês, até uma barraca de camping!

Foi uma experiência muita rica para o Renzo que adorou novamente os banhos de rio, batia suas pernocas na água e ria com tanto prazer! Olhava as galinhas do vizinho que atravessavam a cerca do camping com tanto interesse, que só faltava ir para o chão engatinhar com elas. Admirava o cavalo na rua e observava o seus olhos grandões com tanta curiosidade! Sorria para as pessoas demonstrando seu prazer em estar naquele lugar! Foram momentos maravilhosos que nos permitiram belas recordações! E que com certeza se repetirão muitas vezes, porque o mundo é o nosso limite!

 

image image image image

 

Não é sobre o tipo de parto, é sobre respeito!

Meu filho,

Hoje eu e muitas mulheres estamos muito tristes! Nosso direito de escolha foi desrespeitado. Nossa liberdade foi atacada. Nosso corpo passou a não nos pertencer. Falo no plural, porque quando lutamos por algo em que acreditamos, todos viramos um só. Quando atacam e desrespeitam uma mulher, abrem-se precedentes para que todas sejam vitimas. Quando crescer você irá entender!

Tive você do jeito que EU escolhi, da forma menos intervencionista e mais respeitosa possível, da maneira mais natural que consegui, largando o hospital com salão de beleza e cinema para assistir ao parto, onde os bebês são aspirados e levados para um berçário frio e indo parir com uma doula em uma maternidade do SUS. Faria tudo novamente pra ver você nascer saudável e não desgrudar de mim por um instante sequer. Porém uma mãe chamada Adelir, no RS, foi forçada pela justiça do nosso país e com ajuda policial a ter seu filho arrancado (sim, arrancado, ela não queria a cirurgia!) de seu ventre através de uma cirurgia desnecessária, quando ela só queria ter seu filho de modo normal, como eu, sem cortes e sem pontos para lembrá-la da sua incapacidade de trazer uma vida ao mundo, dando este mérito para o médico que lhe operou a força.

Sim, a bebê estava bem. Sim, a mãe estava bem também! Não, não havia indicação real para a cirurgia. O que existe filho, são pessoas mal preparadas para desempenhar suas profissões. Infelizmente o respeito pelas pessoas não é ensinado na faculdade.

Médicos deveriam cumprir um juramento lindo, onde juram respeitar seus pacientes e a vida deles, mas ser médico no Brasil é atender muitos pacientes e cada vez mais rápido, pois quanto mais produção, mais dinheiro e mais bebês prematuros nascidos de cesáreas agendadas ou cesárias por motivos inventados, recheando os berçários e incubadoras e enriquecendo a maternidade. Claro que nem todos os médicos são assim, mas os que veem os seres humanos como humanos são minoria.

Não consigo imaginar a angústia dessa mãe por ter um parto roubado. Até porque escapamos por pouco, meu filho. A médica que cuidou da gente quando você estava na minha barriga também queria trazer você ao mundo, mas eu não deixei. Pesquisei, li muitas evidências científicas e nenhum motivo que ela alegava fazia sentido. Tinhamos muitos motivos infundados para sermos enganados: mamãe aqui com sobrepeso e histórico de diabetes e hipertensão na família; você com algumas circulares de cordão “assassino” ao redor do pescoço; já estávamos entrando na 40ª semana de gestação quando VOCÊ escolheu nascer e demoramos em nosso parto 27 horas, enfim, até encontraria mais motivos, mas nenhum tem fundamento.

A justiça meu filho, é cega, elitista, corruptível e sempre escolhe um lado! Imagine se uma mulher opta por ter uma cesárea marcada e de repente os policiais a levam para a maternidade e a obrigam a ter um parto normal, por ser melhor para o bebê. Esta mulher também teria sido violentada em suas escolhas. Por isso este post não é sobre o tipo de parto, é sobre respeito!

O que você deve pensar disso tudo meu filho, é:
1 – Quando for homem, escolha uma profissão que goste. Exerça-a da maneira mais justa e honesta possível, mesmo que ela não lhe renda muito dinheiro, pois nada paga uma consciência tranquila.
2- Incentive sua companheira a lutar pelos seus ideais e a apoie em suas decisões, desde que estas não sirvam para prejudicar alguém ou a si própria.
3- Sempre tome decisões depois de refletir e estudar os prós e contras. Não se precipite nem permita que outros escolham por você.
4- Assuma as suas responsabilidades e não deixe que lhe roubem seus sonhos. Se for preciso, imponha-se!
5- Respeite outros pontos de vista, mas nunca perca o seu! Evite julgamentos!
6- Mulheres merecem respeito! Homens merecem respeito! Animais merecem respeito! Nunca faça com os outros o que não gostaria que lhe fizessem.

E por último, tanto no parto quanto na vida, não basta apenas desejar, tem que querer com todas as forças, pois a vida não permite ensaios e uma segunda chance pode não acontecer!

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1434570-justica-do-rs-manda-gravida-fazer-cesariana-contra-sua-vontade.shtml

Para entender mais sobre o caso!

Criando um bebê feliz!

Mais uma viagem com o pequeno!

Fomos visitar meus tios e primos em Macaé. Como sempre todos foram só sorrisos com o Renzo que fez questão de retribuir e ainda fez várias gracinhas como pular no colo do tio-avô de 80 anos ou fazer um  “prrruuu” bem babento no colo da minha tia enchendo seu rosto de saliva.

Fiquei muito feliz em poder visitá-los com a minha mãe, o Rodrigo e o Renzo. Mas um comentário da minha tia entrou na minha cabeça e não saiu mais até eu entendê-lo. “O Renzo não chora? Nesses três dias não ouvi ele chorar em nenhum momento! Nem parece que tem um bebê aqui!”

Não foi a primeira vez que ouvimos isso, em todas as casas que ficamos durante nossas viagens desde que o Renzo tinha dois meses, as pessoas costumam observar isso. Mas claro que o Renzo chora, ele é humano! Sente necessidades como fome e sono como qualquer outro bebê e quando isso acontece, ele reage como todos e chora, mesmo que seja mais parecido com um miado de reclamação, para que seja atendido já que não consegue falar. Sempre ouvimos também que o filhote é muito simpático e sorridente, e que temos sorte. Sorte?!

O bebê viajante tem um temperamento muito tranquilo, o que facilita tudo, mas desde que nasceu eu e o seu pai sempre atendemos prontamente seu choro, evitando angustiá-lo ou transmitir insegurança (odeio ver uma criança chorando!), acredito que bebês não fazem manha, eles não sabem o que é isso, e se choram é porque precisam comunicar algo. Habituamos a atendê-lo aos primeiros sinais de insatisfação (e atender de coração aberto! não vale cara de ‘aí que saco essa criança’, eles percebem!), com isso ele entendeu que não precisa chorar para manifestar seus descontentamentos. Não é simples, nem fácil, é cansativo, demanda doação de tempo e atenção quase que exclusivos, mas achamos que é o correto.

Hoje em dia, quando não está satisfeito ele apenas resmunga e é raro vê-lo chorar, inclusive a noite, quando costuma dormir tranquilamente e só acorda a cada 2/3h resmungando para mamar e o faz dormindo. Não existe receita de bolo e nem certo ou errado na criação dos bebês, cada família tem um modo único de vida, e o que é valido para a minha tem muito haver com os nossos ideais. Mas com certeza algo que une todos os pais é o fato de querer o melhor para o seu filho (apesar do conceito de melhor variar!).

Ao invés de termos um bebê manhoso como muitos pensariam que ele poderia ficar por conta do peito e colo prontamente oferecidos quando ele solicita, ou da atenção que sempre dedicamos a ele, temos um bebê seguro e sorridente! Quando entendi isso, finalmente a ficha caiu! E por enquanto tem dado certo!

image

“Eu sou louco, mas sou feliz…”

Imagem

Essa última semana foi bem corrida, sabe como é… carnaval, viagem, passeios com o pequeno e trabalho, muito trabalho!

Ser mãe é uma delícia mas muito cansativo, e o pequeno resolveu entrar na crise existencial dos 4 meses, está se descobrindo, entendendo que ele não é eu. E quantas gracinhas começou a fazer, aprendeu a dar língua, engatinhar igual a um caranguejo, ficando nervoso e reclamando por não conseguir ir para frente, e dando gritinhos cada vez que consegue pegar um objeto “distante”.

Para quem tiver maior interesse: http://guiadobebe.uol.com.br/fases-de-crescimento-e-desenvolvimento-que-modificam-o-sono-do-bebe-e-da-crianca/

Voltando para o carnaval. O pequeno viajante foi visitar sua amiga Manuella de dois aninhos e os dois foram saracutear em um bloco de bairro lindo, cheio de marchinhas e crianças, mas o Renzo dormiu o desfile inteiro, as pessoas achavam até graça daquele bebê de colo, vestido com um body de banda de rock, dentro do sling dormindo no meio do furdunço do bloco. Acho que ele estava dando o recado “carnaval dá sono, eu quero é rock!” rs

 No dia seguinte seguimos para Cachoeira de Macacu, pertinho da região serrana do Rio. Lugar lindo, um sítio na beira do rio, com muito verde, tempinho fresco e mosquitos! Bebês da idade dele não podem usar repelente, o jeito é cobrir o corpo e confiar. Saldo para ele, 4 bolinhas vermelhas na pele que desapareceram em pouco tempo. Saldo para gente, rever pessoas queridas que não víamos a muito tempo, 1 kg de inhame com cheirinho de terra e a vontade de ficar por lá.

Está cada vez mais difícil aguentar esse ritmo de cidade grande, com tanto barulho e poluição de todas as formas. Cada vez que vemos uma escolinha nas nossas viagens ao “mato”, pensamos na qualidade de vida que poderíamos oferecer ao Renzo, possibilitar a ele o contato com a natureza que ele faz parte.

Bebês e crianças são a essência da natureza, curiosos, querendo tocar tudo, necessitando contato com o solo para se desenvolver. Não quero criá-lo para virar bicho domesticado e engaiolado em um apartamento, perdendo o poder sobre o seu corpo, pois não há espaço para brincar, se movimentar e consequentemente ficando inquieto pela falta deste.

Tenho estudado muito sobre a educação não convencional, unschooling e escolas parentais. Como pedagoga percebo que o modelo engessado de educação não dá mais conta de atender as necessidades das crianças atuais. Conteúdos massantes muitas vezes sem uma utilidade real, modelo que aliena não permitindo a criança pensar e desenvolver suas ideias, mas a ser obrigada a engolir milhões de assuntos que muitas vezes sequer fazem parte de sua necessidade. Crianças apáticas que passam horas sentadas sem poder se movimentar. Fico triste em saber que faço parte desse sistema. A maternidade me levou a ter essa visão.

Quero o melhor para o meu filho e para todos com quem ele irá se relacionar. Não posso pensar só nele pois não vivemos isolados, mas ao mesmo tempo a maioria das pessoas já se habituaram a esse modelo de educação mercantilista e pensar outra forma de educação é visto como maluquice. Querer tirar o filho da escola?! Maluquice! Colocar em escola pública onde os pais tem o direito de participar do projeto pedagógico?! Maluquice!! Formar grupos de pais com os mesmos interesses e educar os filhos em casa?! Maluquiceee!!! Daí a necessidade de viajar e sair dessa esquizofrenia. Acredito que o mundo será a maior escola que ele poderá ter!

Ah, e para terminar, para assinar meu atestado de maluca-natureba-hipponga, vou levantar a questão polêmica. Já pararam para analisar as marchinhas de carnaval? Nunca havia prestado atenção nas letras, principalmente estas..

“Quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta…” Peraí, apologia a chupeta em pleno carnaval!? Putz, Bola Preta, que bola fora! E a famosa, Mamãe eu quero.. “mamãe eu quero mamar, dá a chupeta pro bebê não chorar..”, sem falar na parte “pega a mamadeira e vem entrar no meu cordão…”.

A criança quer mamar e enfiam-lhe a chupeta e mamadeira. Incentivo  a amamentação ninguém faz! É sempre bom alertar que bicos artificiais de chupeta e mamadeira, causam o desmame precoce. Sei que é escolha de cada mãe, e repeito a opinião e decisão de cada uma. Mas a minha é a de que o bebê não sabe o que é uma chupeta, porque cargas d`água enfiam isso na boca da criança?! Bebê precisa mesmo é de contato com a mãe para fortalecer o vínculo, é sugar o peito para que a mãe produza leite. E isso quem diz não sou eu, e sim a Organização Mundial de Saúde. Criança não faz o peito de chupeta e sim a chupeta de peito. A mãe só vai produzir leite se a criança sugar exclusivamente o peito. É cansativo, dolorido, a mãe tem que ficar a disposição, mas é o melhor para o seu bebê. Mulher, confie no seu corpo! Você e seu leite são fortes!

“… quando acabar o maluco sou eu!’

 

Wanderlust! (ou Malucos e irresponsáveis!)

Como escrevi no post anterior, viajar é nosso estilo de vida e necessidade básica. Não viajamos por status, viajamos por amor, pelo desejo de conhecer novos lugares, pelo impulso de não ficar parado.

Quando falamos que vamos viajar para a família, ouvimos sempre um “de novo?!”. E quando falamos que iríamos viajar com o Renzo pela primeira vez, ele havia acabado de completar dois meses. Consegue imaginar o que escutamos? Foi um sonoro “vocês são malucos!”.

Enquanto temos o apoio de uma pessoa, existem cinco para nos fazer sentir irresponsáveis pela decisão. O pai do bebê viajante costuma rir e não ligar, mas a mãe aqui é superinfluenciável e acaba dando ouvidos para alguns argumentos/abobrinhas desnecessários e cheio de suposições que sempre me deixam temerosa por ser mãe de primeira viagem, ou por sentir culpa se algo realmente acontecer. De chegar ao ponto de querer comprar passagens e ficar com medo do avião cair. Poizé!

E se…

E se tiver mosquito? Ele não pode usar repelente, mas passamos na gente para espantar e levamos o mosquiteiro. Se ocorrer o azar da reação, a lista de pronto atendimento mais próximo está na bolsa.

E se estiver muito frio para ele? Ok! Crianças também nascem no frio! E lá vão muitas roupas de manga comprida, mantas, gorros e afins na mala, quando a meteorologia afirma a mínima de 36ºC.

E se estiver muito calor? Loção solar, chapéu e muito leite para hidratar. Vamos colocá-lo no rio para refrescar. Peraí, no RIO? Mas a água vai estar muito gelada! Vocês são malucos! Tá bom… Daremos um banho na ducha para refrescá-lo. DUCHA? Mas e a água no ouvido?

E se.. se.. se… por favor parem! Incidentes acontecem em qualquer lugar, o que não precisamos é carregar a sensação de culpa, SE alguma coisa der errado. Não somos perfeitos, mas nossas ações são sempre com a intenção de acertar e proporcionar o melhor que pudermos oferecer ao pequeno. Acreditamos que é ele quem deve se adaptar ao nosso estilo de vida e não vamos tratá-lo como um marionete cultural, fazendo o que a pediatra, os parentes e a Ana Maria Braga julgam ser o melhor. Tomamos a propriedade de sermos seus pais e faremos o que julgarmos certo, respeitando sua saúde, conforto, segurança e desenvolvimento. Sim, irá tomar banho no chuveiro ou no rio, irá deitar na pedra da cachoeira e na grama para tirar uma soneca, será amamentado e suas fraldas serão trocadas no banco do carro, ônibus ou avião. Sim terá vida e histórias para contar!

Não conseguimos imaginar nossas vidas e viagens sem ele. É muito recompensante vê-lo interagir com a paisagem, animais e pessoas nos lugares visitados. Do alto de seus três meses, Renzo já se assustou com o barulho dos cavalos, já se admirou com as folhas que caíram no seu rosto quando estava na margem da cachoeira, já foi acordado por um peru maluco e um bando de galinhas que invadiram o quintal da casa onde estávamos, já viu uma chuva de granizo e sim, já foi mordido por muriçoca!

Entre os lugares visitados (ainda dentro da barriga) Miguel Pereira, São Tomé das Letras, Pedralva e Piranguinho, Campos do Jordão. Foi ao Aldeia Rock, show do Moraes Moreira, Barão Vermelho e tio Caetano Veloso. Fora da barriga foi a Itaguaí, Maromba, Visconde de Mauá, Aldeia Velha. Já pulou carnaval no circo voador, passeou na Quinta da Boa Vista e em Santa Teresa, foi ao CCBB, frequentou a Lapa a noite, é aluno assíduo da Unirio e se prepara agora para roteiros internacionais!

E vamos viajar! O destino é o que menos importa!Imagem

Começando pelo começo…

Queria ter começado a escrever este blog mais cedo, o bebê já está com 3 meses e já possui algumas viagens na bagagem, mas é difícil, ser mãe demanda tempo e não quero ver este espaço como obrigação, mas tê-lo por prazer. Pelo prazer de trocar experiências, pelo prazer de deixar registrado momentos significativos na vida do meu pequeno e pelo prazer de ver os amigos acompanhando esta aventura. Pelo prazer…

Quando conheci o meu companheiro e embarcamos nesta viagem que é criar uma família, o fato de gostarmos de viajar foi algo que nos aproximou. O ano 2005, eu com 21, um mochilão e algumas viagens no currículo e ele com 24 algumas caronas e quilômetros nas costas, embarcamos com a passagem de ida ao altar.

Oito anos depois e muitos quilômetros trilhados (literalmente!), depois de termos voltado de uma viagem ao paraíso Ilha Grande/Rj, descubro que daquele momento em diante teríamos mais um companheiro para levar em nossas andanças. Nossa malinha nasceu em novembro de 2013 e está sendo a viagem mais louca, deliciosa e misteriosa em que me meti.

Ser mãe, gerar uma vida, será que estaria pronta para isso? E a carreira? E a pós que estou terminando? E as viagens programadas? Minha primeira impressão sobre ser mãe me levou a pensar na palavra ‘escolha’. Até porque não tive essa opção, o bebê veio se juntar a nós e escolhemos tê-lo, claro!, para nos completar, nos reconhecer nele, começar uma viagem nova, diferente e cheia de imprevistos, a três.

E com essa decisão, descobri durante a gravidez que escolher a forma do nascimento de um filho é um verdadeiro parto em um país cesarista como o nosso, onde o normal é ter filhos extraídos cirurgicamente e com data marcada por praticidade por um médico, ao invés de deixá-los nascer de forma natural, normal. Queríamos que o pequeno viajante fosse livre em sua chegada, que entrasse neste mundo sendo respeitado nascendo no tempo dele, com o mínimo de intervenções em uma viagem que pertencia somente a ele. Dentro desta perspectiva eu e o meu marido mergulhamos de cabeça no mundo da humanização do parto e fui parir feliz com uma doula em um hospital do SuS, pelo prazer de ter meu filho como minhas ancestrais faziam, pelo prazer em lhe dar o direito de escolha e não deixar que qualquer pretexto médico atrapalhasse esse momento.

Nem tudo em uma viagem são maravilhas, o desconhecido mexe conosco, mas o fato de sentir dor não me amedrontava. Queria sentir cada contração, cada parte do meu corpo se modificando e dilatando para receber o meu pequeno. Cada onda de dor era convertida em prazer, o prazer do encontro. Cada gemido era a despedida do que eu era até aquele momento para ser o que sou agora. Me sentia uma fênix, indo ao limite da exaustão de 27h de trabalho de parto para renascer mãe. Parir foi uma viagem linda! No parto nasceu uma mãe, um pai e um filho.

Ao parir, parti a uma viagem física e emocional onde como qualquer viajante, temi ao imprevisto, mas ao final da jornada só restaram  belas e emocionantes recordações daquele momento e uma bagagem linda que nasceu com 4,010kg e 53 cm, e que identificamos como Renzo.

E aqui vocês acompanharão a viagem dele, a viagem de sua vida pelo mundo! Sejam todos bem-vindos a bordo!